ASPECTOS ARQUITETÔNICOS NA DISSEMINAÇÃO DE INFECÇÕES PARASITÁRIAS EM UMA UNIDADE ESCOLAR PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ
Resumo
O presente estudo visa identificar aspectos da arquitetura escolar que podem contribuir para a disseminação de infecções microbianas entre escolares do 1º ao 5º anos do ensino fundamental de uma unidade escolar (UE) pertencente à rede municipal de ensino do Rio de Janeiro. O estudo foi dividido em três etapas. Na Etapa 1, procedeu-se com a seleção da unidade escolar com base em critérios pré-estabelecidos. Na Etapa 2, o ambiente físico-arquitetônico da edificação escolar foi descrito. Alguns fatores, como o material empregado na construção do prédio escolar, a trajetória da insolação sobre a escola e a área, temperatura e número de escolares em cada sala de aula, foram observados em detalhe. Na Etapa 3, questionários sócio-epidemiológicos foram distribuídos aos responsáveis dos escolares. A análise dos resultados foi realizada com o auxílio de métodos de estatística descritiva. A Escola Municipal Tagore, localizada no bairro da Abolição, foi selecionada para o presente estudo por ser uma escola com menos de 400 escolares, situada no entorno do Centro Universitário Celso Lisboa (UCL), onde um dos coautores realizava estágio, o que possibilitou avaliar o interesse da equipe pedagógica em estabelecer parcerias. Os resultados mostraram que a edificação escolar apresenta fachada norte e sua temperatura ambiente pode atingir 300C ou mais durante o verão. O prédio foi construído em alvenaria, possuindo um telhado de alumínio. A UE apresenta uma planta baixa clássica, onde as salas de aulas são distribuídas por corredores centrais. Ela apresenta pátio coberto, quadra externa e refeitório. As cinco salas de aula atualmente em utilização possuem áreas de 30,22 ou 46,31 m2 e estão equipadas com aparelhos de ar condicionado ajustados à temperatura de 170C. O número de escolares por sala de aula variou de 24 a 30, excedendo a taxa de ocupação pretendida para as escolas cariocas nas turmas de 40 e 50 anos. As possíveis consequências da superlotação dessas salas de aula para a saúde dos escolares são discutidas.
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Palavras-chave
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que após publicado na Revista Presença editada pelo Centro Universitário Celso Lisboa, o mesmo não será submetido por mim ou por qualquer um dos demais coautores a qualquer outro meio de divulgação científica.
Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais coautores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à Revista Presença e declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98).